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Depois de Eduardo dos Santos, UNITA denuncia Kopelipa à PGR

Denunciando fundamentalmente sabotagem ao trabalho da CNE, a UNITA apresentou mais uma queixa-crime à Procuradoria-Geral da República de Angola, desta vez contra alguns ministros, generais e coronéis. Isto depois de uma primeira queixa contra José Eduardo dos Santos ter sido indeferida.

Os nomes indiciados são os do General Kopelipa, de Edeltrudes Costa, Chefe da Casa Civil do Presidente da República, de Bornito de Sousa, Ministro da Administração do Território, de Adão Francisco de Almeida, Vice-Ministro da Administração do Território, do General Jorge Barros Nguto, do Tenente General Rogério José Saraiva e do Coronel Anacleto Garcia Neto, estes últimos engenheiros de informática e subordinados de Kopelipa.

“Demos entrada no Gabinete do Senhor Procurador Geral da República, de uma Queixa-crime contra algumas individualidades que, juntamente com o Presidente José Eduardo dos Santos, terão praticado, em co-autoria material e em concurso real, sete crimes contra o povo angolano, puníveis pela Lei penal”, refere em comunicado o principal partido da oposição angolana.

De acordo coma UNITA, os nomes citados integraram uma estrutura para-militar clandestina que tinha como missão “sabotar e subverter o trabalho da CNE, pese a embora o facto de a Constituição estabelecer uma administração eleitoral independente, foi esta estrutura que organizou de facto as eleições, programou os resultados e operou a fraude eleitoral, declara.

“Comandada superiormente pelo Presidente da República e dirigida pelo General Kopelipa, a dita estrutura contou com contou com centenas de colaboradores, militares e civis, angolanos e estrangeiros, em todo o país”, afirma a UNITA. As acusações feitas ao Presidente são semelhantes à denúncia mais recentes contra os ministros e generais.

Gilberto Vunge, director de Gabinete do PGR, João Maria de Sousa, informou que a denúncia da UNITA contra o Presidente foi declarada improcedente e mandada arquivar, citando o despacho.

A possibilidade de a nova denúncia ser igualmente arquivada é considerável não só porque ambas assentam no mesmo propósito, como são feitas pela mesma entidade e contra personalidades que dominam e dirigem a cena política angolana através do partido no poder há mais de 30 anos.