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"Crise" em Portugal inquieta espaço lusófono

A palavra "crise" é a mais usada: a situação política em Portugal, criada depois da demissão do ministro das finanças, Vítor Gaspar, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, não passou despercebida nos órgãos de informação do espaço lusófono.

A Folha de São Paulo diz que a coligação no governo está ameaçada depois da saída de Portas, e relembra que a maioria depende da presença do CDS-PP no governo. Afirma, no entanto, que mesmo que todos os partidos de esquerda se unissem para derrubar o governo, não o poderiam fazer sem o apoio dos centristas.

Também no Brasil, o Globo fala numa "crise política" que "pode levar a eleições antecipadas e atrapalhar a retirada do país do programa de resgate da UE/FMI". Noutro artigo, o “Globo” faz referência às declarações de Durão Barroso, presidente da Comissão Europeia que afirmou que a situação actual em Portugal coloca em risco a estabilidade do país.

O Jornal do Brasil explora as consequências nos mercados, num artigo que aponta a situação em Portugal e no Egipto como justificação para o mau comportamento das bolsas.

Em Moçambique, "O País" afirma que o governo está "por um fio" e fala na possibilidade de eleições antecipadas. A edição online do jornal "A Verdade" também fala em crise e diz que esta demissão é um "duro golpe na coligação de centro-direita que mantém a ajuda do FMI a Portugal nos trilhos".

O Jornal de Angola vai pela mesma bitola e afirma que o governo português entra numa "grave crise". Apontando os motivos da demissão de Paulo Portas e fazendo referência à subida dos juros da dívida portuguesa.

"Instala-se a crise política em Portugal", destaca a manchete da edição "online" do jornal A Semana, em Cabo Verde, que salienta também as duas demissões em menos de 24 horas, a primeira do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, e a perspetiva de hoje saírem mais dois ministros, a da Agricultura, Assunção Cristas, e o da Segurança Social, Pedro Mota Soares.