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Renamo e Dhlakama perto de regressar em força

 Renamo e Dhlakama perto de regressar em força

O entusiasmo em torno da campanha da Renamo fez muitos acreditar mesmo numa vitória nas legislativas e presidenciais em Moçambique. Ainda que longe disso, os resultados eleitorais conhecidos até ao momento apontam para um regresso em força do partido e do seu líder, Afonso Dhlakama.

Dados divulgados pelo Centro para a Integridade Pública (CIP) dão ao candidato da Frelimo, Filipe Nyusi, uma folga confortável para evitar uma segunda volta nas presidenciais – 59 por cento. Com o dobro da votação de eleições anteriores, Dhlakama surge com 35 por cento e Davis Simango, do MDM, com 6 por cento.

Nove dias depois da votação, a contagem dos votos prossegue em duas das 11 províncias do país. Em ambas, a oposição é habitualmente mais votada. Perante a falta de resultados nas províncias de Sofala e Zambézia, a União Europeia manifestou preocupação esta semana. Questionou em particular a “falta de explicações públicas oficiais” sobre os atrasos.

Dhlakama já criticou os observadores internacionais, em particular a SADC, por ter declarado livres e justas as eleições. Reservou uma tomada de posição para depois de a Comissão Nacional de Eleições dar a conhecer os resultados oficiais. Contudo, alguns resultados preliminares já foram rejeitados pela Renamo, que interpôs uma acção em tribunal em Quelimane. Esta sustenta-se no desaparecimento de editais de 39 assembleias de voto, correspondendo a 15 mil eleitores.

Para a Assembleia Nacional, os dados da CIP apontam para 62 por cento para a Frelimo, 30 por cento para a Renamo e 8 por cento para o MDM.

Segundo o Africa Monitor Intelligence, neste momento a probabilidade de uma deterioração do clima de estabilidade interna por efeito de tensões políticas e sociais associadas à contestação dos resultados eleitorais, é considerada “baixa”

A newsletter sublinha que os resultados eleitorais finais da Renamo e de Dhlakama, eventualmente acima de 30%, deverão representariam o dobro dos alcançados nas últimas eleições – 17,78 e 16,51%. A votação final estimada da Renamo poderá permitir.lhe reforçar a sua bancada em cerca de 30 deputados.