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Moçambique: Treino Anti-Terrorismo Avança, a Par de Abertura de Canais Negociais

Moçambique: Treino Anti-Terrorismo Avança, a Par de Abertura de Canais Negociais

Face à incapacidade para recuperar pela via militar o controlo das zonas da província de Cabo Delgado onde se mantêm activos grupos armados de inspiração islâmica, o Governo de FILIPE NYUSI (FN) vem explorando a possibilidade de negociação com as lideranças dos insurgentes e, conforme apurado, realizou diligências junto de lideranças religiosas na província - islâmicas e católicas - tendo em vista a identificação e posterior aproximação às lideranças dos insurgentes. Esta abordagem visa, segundo fontes consultadas, ganhar tempo enquanto o Governo se prepara para uma resposta militar à altura da capacidade de manobra militar dos insurgentes, no mínimo para conter o alastramento do conflito.
A médio prazo, o objectivo do executivo é a formação/treino intensivo de forças especiais para o combate aos insurgentes, que se prevê venha a ser prolongado. Segundo fontes militares, tem vindo a afirmar-se em meios das FDS a visão de que o conflito exigirá uma abordagem de longo prazo, tornando necessário reforçar capacidades humanas e logísticas para um esforço militar mais distendido no tempo, tentando conter a escalada do conflito e limitando-o a baixa intensidade.
Enquanto os dois primeiros grupos fazem parte do Comando Conjunto, integrando elementos de vários ramos das FDS - FADM e elementos de UIR/GOE - o grupo em formação em Nacala é exclusivamente composto por comandos das FADM naquilo que é entendido como afirmação de uma corrente favorável ao afastamento gradual da PRM do teatro operacional, defendida sobretudo pelas lideranças das FADM. Contudo, permanecem sinais de disputa de influência entre as lideranças das FADM e PRM (AM 1266).

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