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Angola: “Velhas” Tácticas do MPLA para Anular “Nova” UNITA

A impopularidade de JOÃO LOURENÇO (JL) na sociedade em geral, incluindo franjas tradicionalmente afectas ao regime, tem vindo a transmitir-se ao próprio MPLA (AM 1266), dando lugar a fenómenos considerados sintomáticos no comportamento de muitos dos seus dirigentes.

A par do uso da desinformação para desmobilizar os protestos de 24.OUT, que se estenderam ao exterior do Tribunal onde c. 100 detidos foram sumariamente julgados, registaram-se esforços posteriores para dividir e desacreditar publicamente a UNITA e o seu líder ADALBERTO da COSTA Jr. (ACJ), desencadeadas por meios ligados à Presidência da República e ao MPLA.

A nova postura de ACJ traduz também uma mudança de sentido ao nível das estruturas directivas do partido em relação aos propósitos de JL - inicialmente interpretados como tendentes a uma maior democratização do país e agora vistos sobretudo como um engodo do MPLA, para assegurar o apaziguamento da oposição. Internamente, é relativamente consensual que o partido deve endurecer os seus protestos, dado o engano de que foi alvo por parte do MPLA, estando ACJ pressionado nesse sentido.

A violência exercida contra os manifestantes - e, antes disso, na imposição do Estado de Emergência imposto por alegada necessidade de contenção da pandemia - denota ter radicalizado ainda mais os segmentos mais jovens da oposição. Para o próximo dia 11.NOV estão já convocados novos protestos, que à luz da legislação forçada pelo MPLA se deverão manter de legalidade duvidosa - e portanto sujeitos a intervenção policial. Tal artifício visa condicionar a participação, e também eventual apoio da UNITA e de outros partidos da oposição.

Existem riscos de fracturas étnicas (Cabinda, Lunda Norte, Lunda Sul e Huambo/ Benguela) em regiões onde as crescentemente difíceis condições de vida são associadas também ao controlo do capital pela elite do MPLA (maioritariamente de etnia quimbundo e mulatos). LER MAIS