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Angola: Apreensão de Activos Condiciona Investimento Privado

A "protecção" que JOÃO LOURENÇO tem vindo a prestar a EDELTRUDES COSTA (EC), desse modo cerceando a exposição do mesmo a consequências políticas e criminais da alegada implicação em casos de corrupção, é essencialmente devida a traços do seu perfil que o tornam importante no funcionamento do sistema de poder (AM 1269).

A lógica de tal "protecção" segue a que no passado levou JOSÉ EDUARDO dos SANTOS, JOSÉ (JES) a pressionar Portugal a impedir o julgamento de MV por um tribunal português. Aspectos da corrupção de Estado em Angola, entre os quais a sua transversalidade, traduzida no elevado número e diversidade de altos dirigentes implicados na mesma, terá criado nos mesmos "sentimentos interiores" de acordo com os quais uma completa revelação do que se passou tende a abalar o próprio regime.

A forma como estão a ser aplicadas as políticas de recuperação de activos, delineadas com o fim de arrestar a favor do Estado empresas/ negócios sub-repticiamente financiados com bens públicos (Sonangol, em especial) mas a seguir passadas à titularidade de privados, tem vindo a converter-se num novo factor de desencorajamento do investimento privado.

A percepção de que a futura reprivatização das empresas agora arrestadas, dificultada num contexto de crise económica que deverá estender-se até, pelo menos, 2021, tenderá a obedecer a cálculos políticos, destinados a favorecer a "elite presentemente acomodada" tem contribuído para ensombrar o processo da recuperação de activos.

Devido à "grave situação" em que se encontra o sector a inauguração oficial do novo Hotel Intercontinental, Luanda, é vista em meios empresariais como um acto apenas determinado pela "conveniência política" de justificar o arresto da empresa privada, com ligações a ISABEL DOS SANTOS, que promoveu a sua construção. LER MAIS