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Angola: Aumento de Tendências de Fraude Eleitoral

Angola: Aumento de Tendências de Fraude Eleitoral

A política interna de JOÃO LOURENÇO (JL) é nos seus mais controversos aspectos considerada consequência de convicções presentes em todos os escalões do regime, segundo as quais são escassas as possibilidades de o MPLA vencer as eleições de 2022 se as mesmas forem organizadas e tiverem lugar de acordo com boas regras de transparência.
A cultura política predominante no MPLA é considerada relativamente permissiva ao recurso à fraude eleitoral como meio de conservação do poder. De acordo com análises pertinentes, os dirigentes do MPLA sobrepõem ao princípio da alternância democrática de poder “crenças como a de que assistem ao seu partido “direitos históricos” de governar o país ou a de que está investido no desígnio de velar pelo seu futuro.
As experiências porque têm passado “partidos-irmãos” como o PAIGC, PAICV, MLSTP e FRELIMO, também são tidas em conta nos zelos de conservação do poder notados no MPLA. Na Guiné-Bissau, Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe, onde as eleições são geralmente livres, tem havido alternância do poder; em Moçambique, onde é praticada fraude, a FRELIMO mantém-se no poder.
O SINSE e o GAPI, são também apontados como “participantes” na definição e execução de acções de controlo/acompanhamento de focos de oposição ao regime na sociedade. O GAPI, que funciona na dependência directa da Casa de Segurança da PR, é dirigido por NORBERTO GARCIA, apontado como um “indefectível” do anterior PR, recuperado por JL.
O protelamento das eleições autárquicas previstas para 2020 foi determinado por receios considerados fundados de que o MPLA viria a sofrer uma derrota capaz de se reflectir de forma negativa nas eleições gerais de 2022. A decisão, supostamente já tomada, de juntar as eleições autárquicas às próximas eleições gerais, eleva o grau de probabilidade da ocorrência de fraude em todos os actos. LER MAIS