Africa Monitor

Africa Monitor Intelligence

Moçambique: Potências Ocidentais em Cabo Delgado Desagradam a Ramaphosa

Moçambique: Potências Ocidentais em Cabo Delgado Desagradam a Ramaphosa

Um acordo regional para a criação pela Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) de uma força conjunta para intervir em Cabo Delgado tem vindo a ser negociado, com divergências entre países-membros sobre a liderança das operações militares.

Num briefing interno, produzido em SET., o Governo do PR CYRIL RAMAPHOSA (CR) identificou várias implicações resultantes da situação em Cabo Delgado para os interesses sul-africanos, nomeadamente o risco de os refugiados procurarem o país como destino, a ameaça sobre o abastecimento de gás natural a partir de Moçambique, parte da estratégia de diversificação energética, e a desestabilização da região.

Apesar de manifestações de disponibilidade de diversos países para apoiar as Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas, desde o início do conflito em Cabo Delgado, a PR e chefias militares deram prioridade à contratação de empresas de segurança privadas - primeiro a Wagner (AM 1211), com ligações às Forças Armadas russas e Kremlin, e, mais recentemente, a sul-africana Dyck Advisory Group (DAG).

O ANC (Congresso Nacional Africano), partido no poder na África do Sul, liderado pelo CR manifesta, entretanto, desconforto com o envolvimento de potências ocidentais, nomeadamente França e EUA, em Cabo Delgado. Portugal é igualmente objecto de reservas ao nível de estruturas dirigentes do ANC.

Perante a possibilidade de envolvimento de uma força regional em Cabo Delgado, a postura do Governo de FN é crescentemente vista como errática entre os países-vizinhos, incluindo pelo executivo de CR. LER MAIS