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Angola: Alívio Ligeiro da Situação Financeira com Subida do Petróleo

Angola: Alívio Ligeiro da Situação Financeira com Subida do Petróleo

Além de terem, de modo geral, falhado os esforços da equipa económica do PR JOÃO LOURENÇO (JL) para reanimação da economia, nos últimos 3 anos, as perspectivas para 2021 são ainda negativas devido ao efeito da pandemia, com consequências no investimento estrangeiro.
O empresariado nacional está descapitalizado e o Estado, empobrecido e endividado, não dispõe de recursos capazes de o levar a lançar investimentos públicos geradores de emprego. A taxa de endividamento externo ultrapassa já os 100% (62% há 4 anos) e a grandeza das reservas internacionais líquidas encontra-se em constante depreciação (AM 1221).
Já antes da actual crise de liquidez, predominava entre meios do sector empresarial e bancário angolano uma percepção negativa do desempenho da equipa de coordenação económica do Governo, liderada por MNJ, contestada internamente pelo arrastar da crise económica e financeira (AM 1237), e com VERA DAVES (VD) no Ministério das Finanças. A insatisfação estende-se a círculos influentes do MPLA valendo-se MNJ sobretudo da relação próxima com a primeira-dama, ANA DIAS LOURENÇO (AM 1254).
Os esforços de reanimação da economia enfrentam são dificultados pela instabilidade em grupos empresariais chave e retracção de investidores nacionais recentes na área do retalho e indústria de bebidas - ISABEL dos SANTOS (IS), Gen. LEOPOLDINO FRAGOSO do NASCIMENTO (“Dino”) - alvos de processos judiciais e apreensão de activos. O fim de “clusters” empresariais que gozavam de protecção da anterior Presidência, não implica o fim de outros, de melhor aceitação para a actual liderança, nem a emergência de novos grupos protegidos, caso da Omatapalo, no sector das infraestruturas e, mais recentemente, indústria mineira (AM 1233).
As dificuldades/ falta de capital de grupos empresariais e famílias implicam também atrasos nos processos de recapitalização de bancos de pequena e média dimensão (BNI, Finibanco) e privatização de outros de maior dimensão (BAI), inibindo-os de financiar investidores locais. Também no sector bancário, a estratégia de recuperação de activos criou instabilidade na estrutura accionista (caso do BFA, antes controlado por IS). LER MAIS