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Moçambique: Reservas da UE a Envio de Ajuda Via ADIN

A recente missão a Maputo do ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, AUGUSTO SANTOS SILVA (ASS), é objecto de comentários desaprovadores em meios diplomáticos locais, europeus em especial, entre os quais circulam informações consideradas fidedignas acerca do “conteúdo” da mesma, em especial o seu encontro com o PR, FILIPE NYUSI (FN).
De acordo com as referidas informações, ASS terá assumido uma posição “contemporizadora” com a “visão oficial” que FN lhe apresentou acerca de aspectos chave do conflito em Cabo Delgado, assim desperdiçando a oportunidade de o questionar, para mais proporcionada por desenvolvimentos do assunto (AM 1283) temporalmente coincidentes com a viagem.
O principal fulcro da perplexidade gerada pelas informações acerca do encontro de ASS com FN foi o “acolhimento favorável” manifestado pelo enviado em relação à pretensão (desejo) das autoridades moçambicanas de que as ajudas humanitárias destinadas aos refugiados internos causados pelo conflito (550.000), que a UE se propõe reforçar, sejam canalizadas pela Agência de Desenvolvimento Integrado do Norte (ADIN).
Vários países europeus atentos à situação interna em Moçambique, mas também, a própria UE (PE incluindo) partilham de avaliações em razão das quais a insurgência em curso em Cabo Delgado é primariamente devida a antigos e crescentes descontentamentos populares (aproveitados pelos grupos insurgentes), cujas causas devem ser eliminadas para lhe pôr termo.
A actividade dos grupos armados tem-se concentrado nas últimas semanas na região de Mute, distrito de Palma, e no distrito vizinho de Nangade. Os acessos por terra estão interditados por falta de segurança e a única estrada que estava transitável em direcção a Pemba, via Pundanhar, está agora interrompida com a aproximação das células armadas ao complexo de gás em Afungi,
As forças de segurança moçambicanas denotam recentemente maior empenhamento no controlo das entradas no país de indivíduos provenientes de países considerados “exportadores” de radicais islâmicos. LER MAIS