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Moçambique: Governo em Contenção de Danos no GNL e Saída da Vale

A sucessão de problemas entre os principais projectos empresariais, considerados como estruturantes para a próxima década, sobretudo na indústria de gás natural - Área 4 de Cabo Delgado, liderada pela Exxon Mobil e Eni, no sentido de suspender sem data parte do investimento na zona de desenvolvimento Mamba), mineira (Vale) e transportes/logística (Corredor Logístico Integrado de Nacala (CLIN) - motivaram uma sucessão de anúncios públicos, em formato de entrevista, de MAX TONELA (MT), ministro dos Recursos Minerais e Energia.
A “jogada” de MT apanhou desprevenidos os membros do consórcio da Área 4, já que a decisão final da Exxon Mobil não está fechada e carece de análise por parte dos restantes sócios. O processo terá de ser discutido com as empresas que compõem a joint-venture Mozambique Rovuma Venture S.p.A. (MRV), detida pela ExxonMobil, Eni e CNPC (operadores), que controla 70% da concessão de exploração e produção. Galp, KOGAS e Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH, pública) detêm 10% cada.
A Vale, que se apresentou como muito próxima da elite da FRELIMO que participa no CLIN através da empresa Portos do Norte (AM 1291), deverá agora passar, de acordo com os indícios emergentes, a ser alvo de retaliação. Actualmente, corre já um processo no Tribunal Administrativo contra a multinacional, acusando-a de omitir informação. São esperadas outras acções, caso a Vale não apresente, no curto prazo, compradores que garantam estabilidade ao projecto face aos interesses em jogo por parte da várias figuras-chave do regime (AM 1291). LER MAIS