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Moçambique: Nyusi Resiste a Pressão Para Aceitar Intervenção Externa em Cabo Delgado

Moçambique: Nyusi Resiste a Pressão Para Aceitar Intervenção Externa em Cabo Delgado

Em relação ao interior da FRELIMO, FILIPE NYUSI procura equilibrar-se entre as diferentes facções do partido-Estado, mas nunca colocando em causa a linha "nacionalista" dos antigos combatentes, onde se incluem alguns dos seus principais apoios, liderados pelo Gen. ALBERTO CHIPANDE, que rejeitam intervenções externas no país. A linha oficial é a de que compete às FADM defender a soberania do país, que tem aceitado ajuda externa, nomeadamente acções de formação militar dos EUA e Portugal.
Esta posição é posta em causa pela existência de diversos expatriados na região agora atacada e potencial de alastramento regional (Tanzânia e África do Sul) dos problemas de segurança e humanitários. Perante a incapacidade das FADM, coloca-se a possibilidade de acções unilaterais de resgate por parte de diversos países como a RAS, França e Reino Unido.
Uma intervenção unilateral de países terceiros em Cabo Delgado poderia constituir a precipitação do fim do segundo mandato de FN face à sensibilidade política do assunto e aos interesses instalados no interior da FRELIMO, vários dos quais preferem a contratação de empresas militares privadas no lugar do recurso a pedidos de apoio externo.
O Congresso da FRELIMO de 2022 deverá designar o sucessor de FN, estando em curso acções internas de "lobby" por parte das diversas facções do partido (AM 1265).
O crescente descontrolo da situação em Cabo Delgado tem como implicação directa a criação de um ambiente interno desfavorável e relação a FN, tornando mais difícil a afirmação de um candidato à Presidência da República favorável aos seus interesses, ou até a de um aliado mais consensual entre as diferentes "famílias" da FRELIMO. LER MAIS