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Moçambique: Junta Militar Retoma Ataques e Alarga Perímetro

Junta Militar (JM) da RENAMO, presidida pelo Gen. MARIANO NHONGO Chissinga (MN), reiniciou os ataques contra viaturas militares e civis, e deu instruções aos guerrilheiros para se mobilizarem a fim de alargar o perímetro de acção, abrangendo outras províncias para além de Tete e Sofala, onde se têm concentrado até agora os ataques.

A JM tinha reduzido a actividade armada na sequência do cessar-fogo unilateral declarado pelo PR FILIPE NYUSI (FN) a 24.OUT., para criar condições para negociações. O enviado especial do SG da ONU, MIRKO MANZONI (MM), ex-embaixador da Suíça em Maputo, tem vindo a propor negociações com MN no âmbito do processo de Desarmamento, Desmilitarização e Reintegração (DDR), sem sucesso até agora, conforme apurado.

Entre a direção da JM predomina a desconfiança em relação ao governo e MM. O papel de mediação de MM no processo de DDR tem sido contestado pela JM e por observadores independentes por se posicionar demasiado próximo do Governo.

Fontes próximas da JM referem que MN exige ainda a equivalência dos desmobilizados da RENAMO aos antigos combatentes da FRELIMO. A Associação de Antigos Combatentes de Luta de Libertação Nacional (ACLIN), que integra os veteranos da "guerra de libertação" e que já totaliza 32 anos de existência, é um dos grupos de interesses organizados mais poderosos no país, sendo consultada nas principais decisões governativas. Dirigida por FERNANDO FAUSTINO, reeleito em 2017, a ACLIN manifestou-se há poucos meses contra as posições da JM, exigindo que os seus membros se juntassem ao processo de DDR em curso e revelou-se sempre a linha dura da FRELIMO nas posições públicas sobre a RENAMO. LER MAIS