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Angola vê progressos no combate ao tráfico de droga na Guiné-Bissau

Angola vê progressos no combate ao tráfico de droga na Guiné-Bissau

 
A Guiné-Bissau foi nos últimos anos sinónimo de tráfico de droga. A prevalência ou regressão deste fenómeno no país divide agora os seus principais parceiros. Angola tem uma visão mais otimista, de que a intensidade do problema diminuiu, mas não é partilhada. Em altura de mobilizar apoio financeiro para as reformas de que o país precisa, será decisivo qual das visões prevalece.

A questão chave é acreditar, ou não, nos progressos que o governo tem feito em matéria de combate ao narcotráfico. Ou seja, se o governo tem sido competente e se merece ser apoiado para continuar o seu trabalho. As divisões vieram ao de cima durante a negociação da última resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Guiné-Bissau.

Segundo fonte diplomática, Angola, enquanto novo membro do Conselho de Segurança, defendeu que a resolução deveria dar uma melhor imagem da Guiné-Bissau, à luz dos progressos recentes. Em particular, argumentou que o número de referências no documento dava uma visão exagerada da atual dimensão do problema do narcotráfico.

A proposta angolana foi encarada com relutância pela Nigéria e pelos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança. O compromisso encontrado passou por uso de uma linguagem mais branda. Angola quis também mais referencias às reformas do governo, algumas das quais entraram no texto aprovado, relata a mesma fonte. O objetivo de fundo é a aumentar a confiança internacional em relação às autoridades

Após 3 reuniões na semana passada, o texto foi fechado e a resolução agora aprovada renova o mandato da missão da ONU na Guiné-Bissau (UNIOGBIS) por mais um ano. Por sugestão do secretário-geral, reforça também o representante especial, Miguel Trovoada, no seu papel de “bons ofícios” na assistência do governo.

O mandato da missão é fortalecido nas áreas de apoio ao diálogo e reconciliação nacional, prestação de aconselhamento estratégico e técnico às autoridades e demais atores, e coordenação dos parceiros internacionais e mobilização de assistência.

No próximo dia 25 de março realiza-se em Bruxelas uma decisiva conferência internacional de doadores para a Guiné-Bissau. Na resolução, é feita referencia em particular à necessidade de apoio da missão militar da CEDEAO, a ECOMIB. É sabido que a organização regional e o seu maior mecenas, a Nigéria, enfrentam dificuldades financeiras para a manter no terreno.