Africa Monitor

Acesso Livre

Paulo Guilherme

A Semana em Palavras 4

A Semana em Palavras 4

 

1. Frustrada: Tentativa - discreta - de João Lourenço para relançar o processo político de Cabinda. Notável a desconfiança com que foi recebido, conforme relatamos no AM Intelligence desta semana. "Show" cancelado? Depois da brutalidade de Cafunfo - e posteriores enganos - ainda é possível acreditar em "JLo"?

2. "Ordens Superiores": Na base de cancelamento de iniciativa da ONG Friends of Angola (FoA), uma das mais críticas do Governo em questões de Direitos Humanos, segundo relato AQUI.

3. Atenções: Desviadas - em conveniente altura - por João Lourenço para uma "revisão constitucional". Processo que tem pouco a ver com exigências concretas da oposição no sentido de desmantelar o controlo do MPLA sobre as instituições do Estado. Proposta que, no essencial, parece cosmética (nem sequer cirurgia facial) AQUI.

4. Memória: Dos seis anos do brutal assassinato de Gilles Cistac, uma voz independente e temerária que Moçambique perdeu. Sem que um mínimo de Justiça tenha sido feita. Os defensores dos Direitos Humanos em Moçambique não deixam esquecer AQUI.

5. Queda: De Moçambique nas liberdades e direitos da população. Segundo a Freedom House, das maiores do mundo na última década (AQUI). O relatório completo ainda não é conhecido, mas o retrato coincide com as ameaças, espancamentos e assassinatos de ativistas dos últimos anos. Um clima cada vez maior de intimidação e ameaças.

6. Status Quo: Em Cabo Delgado, conforme relatamos no AM Intelligence desta semana. Um impasse apesar dos pronunciamentos triunfalistas da FRELIMO. Também a Junta Militar da RENAMO voltou a dar sinais de vida em Sofala (ver vídeo abaixo). Conflitos diferentes, actores diferentes, mas ambos com a exclusão social nas suas raízes, possivelmente resultado de um sistema de (sub)desenvolvimento extrativista, com os recursos na mão de elites políticas e militares.

7. Derrapagem: De Janira Hopfer Almada, que saiu vitoriosa das eleições municipais de Cabo Verde, mas sem conseguir unir o partido antes das legislativas do próximo mês. E que - ler no AM Intelligence desta semana - vai colecionando inimigos dentro do partido e rivais na área política do PAICV, como se já não bastasse ter um adversário popular. Com o MpD unido em torno de Ulisses, conseguirá Janira mostrar ser alternativa em tempos difíceis?

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